segunda-feira, 18 de março de 2013

Helder Guimarães na NOTÍCIAS MAGAZINE

A revista NOTÍCIAS MAGAZINE #1086 (incluída nas edições do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias de 17 de Março de 2013) incluiu uma reportagem de duas páginas sobre Helder Guimarães intitulada A DAR CARTAS EM HOLLYWOOD. Tal peça jornalística pode ser lida em http://www.dn.pt/revistas/nm/interior.aspx?content_id=3113222.
Seguidamente transcrevo, com a devida vénia, o respectivo conteúdo.


A dar cartas em Hollywood
por Rui Pedro Tendinha
Fotografia de Brad Fulton
No ano passado, Hélder Guimarães venceu em Los Angeles o título de «Mágico de Salão do Ano». Agora está novamente nomeado. Em menos de um ano, o jovem portuense conquistou a América, mas por cá poucos sabem. O seu espetáculo, Nothing to Hide, em que mistura comédia e magia, esgota constantemente a Geffen Playhouse, em Hollywood, e pode ser visto até ao próximo sábado. O público rende-se. E as celebridades de Hollywood também.
Há coincidências difíceis de explicar. Ou se calhar é magia. No dia em que a Notícias Magazine está em Los Angeles para ver o espetáculo Nothing to Hide , no prestigiado Geffen Playhouse, um ilustre membro da realeza do cinema americano está esfuziante com o que acabou de ver e quer cumprimentar os artistas. Steve Martin, comediante, músico e dramaturgo, tem um fraquinho por ilusionismo. Também na fila para o beija-mão estão Benedita Pereira e Leonor Seixas, atrizes portuguesas a residir em Los Angeles. Tudo por causa de Hélder Guimarães, o ilusionista português que partilha o palco com Derek Delgaudio.
O espetáculo, que alia truques de cartas e interatividade hilariante com o público, nasceu de um número de magia no Magic Castle, o templo da magia em Hollywood, uma espécie de loucura mediática em Los Angeles. A brilhante encenação de Neil Patrick Harris - o mítico ator da série O Menino Doutor , que entretanto cresceu e agora encanta várias gerações em Foi Assim Que Aconteceu ( How I Met Your Mother ) - também ajuda. Casas esgotadas, crítica de imprensa tremendamente positiva («Derek e Hélder conseguem elevar a magia a um patamar de arte», lia-se na LA Weekly ) e celebridades loucas com os truques de Guimarães, desde Ryan Gosling a Eva Mendes, passando por Maria Sharapova ou mesmo Barbra Streisand. Todos querem ver ao vivo aquela hora e meia de magia encenada com muito humor, onde Hélder faz de Hélder, ou seja, uma persona de si próprio que brinca com orgulho com as origens portuguesas.
Com um cenário discreto, a peça, a performance ou o show , o que quer que seja, vive de um diálogo entre os dois mágicos que passam grande parte do tempo a apresentar os maiores truques de cartas alguma vez vistos ao vivo e a meterem-se com o público. «Mais importante do que enganar o público, para mim, tudo passa por transmitir emoções e trocar ideias. Sendo completamente honesto, o meu interesse em enganar as pessoas que estão na sala está na mensagem que estou a transmitir. Uma mensagem que tem de ser mais forte do que o engano. O próprio espetáculo fala disso. Não há nada a esconder, conforme o título...» Por isso não se aborrece quando alguém lhe diz, no final, que percebeu como o truque foi feito. «O único problema é se perdem o objetivo do espetáculo.»
Apesar de ter apenas 30 anos, este emigrante de sucesso já se sente veterano. Desde os 4 anos que explora o mundo da ilusão, ao lado do pai, engenheiro eletrotécnico que fazia magia como hobby . Corre a lenda, entre a comunidade americana de mágicos, que algumas habilidades de Hélder com um baralho são únicas. «Tem tudo que ver com prática. Desde os 12 anos que estou sempre com um baralho de cartas. Ao estudar, quando era miúdo, estava sempre com as cartas na mão.» E põe a mão no bolso para tirar um baralho. Com 23 anos, venceu o prémio World Champion Card Magic (as olimpíadas da magia) e agora está no trono da magia internacional. E no ano passado a Academia de Artes Mágicas de Hollywood considerou-o o «Mágico de Salão do Ano», título que pode renovar já em abril. «Está tudo a acontecer porque acreditam no meu trabalho», diz no final do espetáculo, com um sotaque tripeiro que faz questão de não disfarçar. «Claro que ser tudo em menos de um ano é surreal! Estava no momento certo com o trabalho certo. Trabalhei muitos anos para isto... Neste momento, com tanta visibilidade, começamos a ter contacto com outras áreas. Estamos a ver como vamos lidar com isso.»
Inevitavelmente, o facto de estar em Hollywood leva-o a pensar em voos mais altos, como o cinema ou um formato televisivo. Para já, juntamente com a namorada portuguesa, quer apenas continuar a desfrutar do sol de Los Angeles e continuar a beber um copo de vinho no camarim com Steve Martin. Isto apesar de o espetáculo - cuja temporada termina no próximo sábado - seguir depois para a Broadway, em Nova Iorque.


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